Olá mamães!
Ainda dentro do tema de amamentação, hoje
falarei um pouco de como funciona a produção de leite pela mama,
mecanismos hormonais e conceitos de anatomia! Nada melhor que conhecer
bem o seu corpo para entender as questões da amamentação (e suas
dificuldades também). Depois, abordaremos sobre a produção de leite,
suas variações e sobre a composição do leite materno.
O mecanismo é complexo e envolve a ação de vários hormônios, tentarei explicar de forma simplificada aqui. Vamos começar então!
Fisiologia da Amamentação
A mama, durante a gestação, é preparada
para a lactação através da ação de vários hormônios, dentre eles o
estrogênio, responsável pela ramificação dos ductos lactíferos, e o
progestogênio, pela formação dos lóbulos. Essa é considerada a fase I da
lactogênese. Outros hormônios são responsáveis por inibir a secreção do
leite durante a gestação.
![amamentação, fisiologia da mama, pediatra sao paulo, dra kelly oliveira, pediatria descomplicada, amamentação](https://drakellypediatra.files.wordpress.com/2014/10/amamentac3a7c3a3o-fisiologia-mama.gif?w=481&h=315)
Com o nascimento do bebê e a saída da
placenta, ocorre a queda do progestogênio e consequente liberação de
prolactina, que estimula a secreção de leite. Essa é a fase II. Quando o
bebê suga o seio materno, ocorre a liberação de ocitocina, hormônio
responsável pela contração das células mioepiteliais que envolvem os
alvéolos e ocorre então a ejeção do leite. Sabe aquela cólica que a mãe
sente quando amamenta o bebê recém-nascido? A ocitocina é a responsável
por essa contração do útero, que reflete na cólica que sentimos quando
amamentamos, e o ajuda a voltar ao tamanho normal, auxiliando na
recuperação da mãe no pós parto, além de promover a saída do leite! Haja
trabalho!
A “descida do leite”, que costuma ocorrer
até o terceiro ou quarto dia após o parto, mesmo sem a sucção do bebê
ao seio materno, é mediada por esses hormônios, porém a galactopoiese,
chamada também de fase III da lactogênese, é de controle autócrino
(mecanismo de autoprodução e auto estimulação), e depende em primeiro
lugar da sucção do bebê e do esvaziamento da mama. Ocorre 9 dias após o
parto e dura até o final da lactação.
Dificuldades x Produção de leite
Importantíssimo lembrar:
qualquer fator materno ou do bebê que limite o esvaziamento das mamas
pode causar uma diminuição do leite, seja por inibição química ou
mecânica. Aí entram muitos fatores, dentre eles ingurgitamento mamário,
mastite, mamilos planos ou invertidos, estresse materno (sim, tem tudo a
ver com a produção de leite!), e a própria pega incorreta que leva a
formação de fissuras e muita dor! Relacionado ao bebê podemos citar
bebês muito sonolentos, que não coordenam a sucção corretamente,
prematuridade e até mesmo obstrução nasal. Todos esses problemas serão
abordados depois.
Produção x Demanda
O leite é produzido nos alvéolos, sendo a
grande parte do leite de uma mamada produzida enquanto a criança mama,
pelo estímulo da prolactina. A sucção do bebê promove a liberação de
ocitocina, além de outros estímulos condicionados, como visão, cheiro, e
choro da criança, e de fatores emocionais como motivação, autoconfiança
e tranquilidade. Por isso muitas vezes a mãe, somente ao ouvir o choro
do bebê, por exemplo, apresenta vazamento de leite pelas mamas, ou
enquanto amamenta numa mama pode vazar leite pela outra. Por outro lado,
a dor, o medo, o desconforto, o estresse, a ansiedade, a falta de
autoconfiança podem inibir o reflexo de ejeção do leite, prejudicando
completamente a amamentação.
O volume de leite produzido pela mãe é
determinado pela demanda da criança. Em gemelares, por exemplo, a sua
produção será muito maior. Um bebê sonolento, que suga pouco, também
estimulará pouco o seio materno, e o mecanismo hormonal que existe no
corpo da mãe que amamenta “entende” que a necessidade de produção é
menor, e a mãe acaba produzindo menos. Nesse caso é mandatório a
avaliação do pediatra para entender qual o problema. A composição do
leite materno também varia de acordo com as necessidades da criança, A
mamãe do bebê prematuro, por exemplo, apresenta na composição do seu
leite elementos fundamentais para o crescimento do seu bebe,
encaixando-se perfeitamente nas necessidades dele.
Diferentes composições do leite materno
O leite materno também varia em sua
composição em diferentes momentos da vida do bebê. O colostro é o leite
do recém-nascido, rico em proteínas e imunoglobulinas, fundamental para a
defesa imunológica do bebê e para o seu crescimento. O leite do início
da mamada é diferente do leite do final da mamada, chamado também de
“leite posterior”. A gordura, e portanto o maior aporte calórico do
leite, está no final da mamada, e por isso a importância do esvaziamento
completo da mama pelo bebê.
Esse assunto não pára por aqui! Aguardem
os próximos posts para saber sobre doenças comuns da mama e como elas
dificultam a amamentação, orientações sobre pega correta, e problemas
mais comuns sobre amamentação!
Mamães, contem suas experiências com a
amamentação, as dificuldades que tiveram ou ainda têm e coloquem suas
dúvidas e angústias aqui!
Um grande abraço,Dra. Kelly Oliveira
Fonte: http://pediatriadescomplicada.com/2014/10/21/amamentar-como-funciona-no-meu-corpo/
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